Nunes oscila entre clima de vitória e medo de abstenções, e Boulos investe em 'debates' de rua
Nesta quarta-feira, 23, Nunes concentrou suas atividades em sabatinas e encontros com lideranças; Boulos focou na periferia
Na reta final do segundo turno das eleições municipais de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) intensificam compromissos para consolidar seus eleitorados, além de conquistar votos indecisos e reverter rejeições. Nesta quarta-feira, 23, enquanto Nunes concentrou suas atividades em sabatinas, encontros com lideranças e também gravou o seu último programa eleitoral, Boulos apostou em debates públicos e eventos de rua.
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Boulos levou seu Debate na Rua para os arredores do Terminal Jabaquara, na zona sul, onde teve um dia marcado por interações diretas com eleitores, além de uma gravação em uma barbearia e visitas a comunidades na periferia. Por outro lado, Nunes iniciou a manhã com uma sabatina na revista Veja, seguida de uma visita a uma instituição social em Socorro, na zona sul.
Boulos realiza "debate na rua"
Boulos realizou mais um evento de sua campanha nas ruas de São Paulo, dessa vez em frente ao Terminal Jabaquara, na zona sul da cidade. O Debate na Rua contou com a presença de algumas dezenas de apoiadores, atraindo um público menor em comparação com eventos anteriores.
O ato foi marcado por um incidente com a equipe de campanha de Nunes. Pouco antes do início do debate, um carro de som tocando o jingle de Nunes estacionou ao lado do evento, o que gerou desconforto entre os apoiadores do PSOL.
A militante Márcia Atélio relatou que esse tipo de interferência não é inédita. "A oposição sempre está nos atacando [...] Eles sabem os locais porque as agendas são públicas, e sempre mandam carros de som," afirmou. Após uma breve, mas tensa, negociação, os responsáveis pelo carro retiraram o veículo.
O Debate na Rua, que buscava principalmente virar votos, contou majoritariamente com a presença de apoiadores já decididos, como a professora Carla Martinez, que estava no local para "virar mais votos até domingo".
Durante o evento, Boulos fez um discurso defendendo sua postura de diálogo aberto com a população e mencionou o convite para participar de uma sabatina organizada por Pablo Marçal (PRTB), terceiro colocado no primeiro turno da eleição. O candidato aceitou o convite e aproveitou a ocasião para alfinetar Nunes.
“Eu nunca fugi de diálogo com ninguém [...] Espero que meu adversário tenha a mesma postura. Mas tenho dúvidas. Acredito que vai fugir, mais uma vez”, declarou Boulos, em referência à ausência de Nunes em debates anteriores.
O evento no Jabaquara foi apenas uma das paradas da agenda cheia de Boulos nesta quarta. Mais cedo, o candidato participou de uma caminhada no Cantinho do Céu, extremo sul da cidade, onde conversou com moradores sobre suas propostas de governo. Após o debate, ele seguiu para uma gravação em uma barbearia na Cidade Ademar, bairro da zona sul.
No período da tarde, Boulos visitou a Comunidade Morro dos Macacos, em Diadema, na Grande São Paulo, reforçando suas propostas de inclusão social e moradia popular.
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Nunes oscila entre clima de vitória e temor de abstenções
Já o candidato à reeleição concentrou as suas atividades de campanha nesta quarta-feira em sabatinas e encontros com lideranças, além da gravação do seu último programa eleitoral. No geral, a campanha do emedebista oscila entre o otimismo da 'vitória' e o receio de que uma possível abstenção de votos coloque em risco a sua vantagem frente a Boulos.
O dia de Nunes começou com ida aos estúdios da revista Veja para a gravação de uma sabatina. Ele também visitou o Instituto Social Nossa Senhora de Fátima, em Socorro, e depois concentrou a agenda no bairro da Liberdade, onde reuniu apoiadores e lideranças para a sua Arrancada Final, seguida de visita a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (Bunkyo) para reforçar a importância do voto. Depois, o atual prefeito seguiu para um jantar com apoiadores mais próximos em sua casa, no bairro Parque Santo Antônio.
Na Arrancada Final, no Espaço de Eventos Hakka, ônibus desembarcavam dezenas de apoiadores, com bandeiras e camisetas que indicavam as suas respectivas 'equipes de vereadores'. Um homem usando uma fantasia, na verdade, uma espécie de máscara com o rosto de Nunes, se destacava no palco. Jaílton, de 45 anos, foi quem deu 'vida ao personagem', driblando o calor provocado pela máscara de espuma.
"Não existe eleição ganha. Eleição tem que trabalhar até o último momento", iniciou Nunes, que, na sequência, reforçou a importância de reverter votos e evitar abstenções. "Vocês saindo daqui com essa energia, pedindo voto para todo mundo, até as 17h do domingo. É isso que vai garantir a nossa eleição", acrescentou.
Nunes, que segundo o novo levantamento da Quaest tem 44% das intenções de voto contra Boulos com 35%, também aproveitou o evento para responder ao convite de Marçal. Mais cedo, o ex-coach convidou Boulos e Nunes para participar de uma sabatina.
"Agradeço… Passando a eleição, eu posso participar de qualquer coisa. Mas agora preciso focar na eleição, na cidade, falar com as pessoas. Política é coisa séria, tem que tratar com seriedade, não com tipo de oportunismo”, disse. Já o seu candidato a vice-prefeito, o coronel Mello Araújo (PL) foi menos sútil na negativa. Ele perguntou aos jornalistas se Marçal está desempregado ou procurando emprego e ainda mandou um recado ao ex-coach: "Vai terminar suas obras na África".
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