Cidades com mais registros de queimadas elegem prefeitos com multas ambientais Municípios do Pará, Amazonas e Mato Grosso elegeram prefeitos que, juntos, somam pelo menos R$ 26,3 milhões em multas ambientais Cinco cidades entre as dez com mais focos de incêndio em 2024 elegeram, no primeiro turno das eleições municipais, prefeitos com histórico de multas por infrações ambientais. Somados, os valores das multas chegam a, pelo menos, R$ 26,3 milhões.  Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra O levantamento foi divulgado pelo jornal O Globo, e as informações foram confirmadas ao Terra pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). As multas foram aplicadas entre 2005 e 2023 aos prefeitos eleitos das cinco cidades com mais queimadas no Brasil, durante o período de seca deste ano. No Pará, a cidade de São Félix do Xingu elegeu o pecuarista Fabricio Batista (Podemos), com 15,9 mil votos, no primeiro turno. Dados do Ibama apontam que ele foi multado em R$ 2,2 milhões em 2017 por desmatar 440,76 hectares de floresta nativa da Amazônia Legal.  O município foi o primeiro no ranking de cidades com mais focos de incêndio, com mais de 7 mil registros entre janeiro e outubro de 2024, conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Batista superou o adversário, o candidato à reeleição João Cleber (MDB), que também já foi multado em R$ 9,2 milhões pelo Ibama. Na cidade de Novo Progresso, também no Pará, Gelson Dill (MDB) foi reeleito. Ele tem uma multa de R$ 445 mil por desmatamento no município de Itaituba.  Um dos casos mais marcantes é o do prefeito eleito em Apuí, Amazonas. Marquinhos Maciel (MDB), é ex-prefeito da cidade e caminhoneiro. Ele tem, ao menos, 30 infrações ambientais que totalizam R$ 23,5 milhões em multas por envolvimento em desmatamento de áreas preservadas e queimadas. A cidade é a quinta do País com maior número de queimadas, sendo 4,5 mil registros só em 2024. Lábreas, no Amazonas, também elegeu um prefeito com histórico de crimes ambientais com aplicação de multas. O município é o sexto com maior número de queimadas no Brasil. Gerlando Lopes (PL), foi multado em 2023 por desmatar 36,44 hectares de floresta preservada, no valor de R$ 185 mil. Ao Globo, Gerlando Lopes informou que a área havia sido desmatada pelo antigo proprietário, mas que o trecho integra a área de uso da propriedade reservada para a agricultura. Ele assumiu a responsabilidade pela multa e está recorrendo. Em Colniza, no Mato Grosso, Milton 'Miltinho' de Souza Amorim (União Brasil) foi reeleito no primeiro turno. Ele é dono de uma madeireira, e tem uma infração por declarar dados falsos no sistema de controle ambiental. Por isso, ele foi multado em R$ 11,5 mil em 2019. Os prefeitos eleitos Fabricio Batista, Gelson Dill, Marquinhos Maciel, Gerlando Lopes e Miltinho foram procurados pelo Terra, mas não responderam até a publicação da reportagem. Em caso de manifestação, a matéria será atualizada.

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