Desafio e limitações: saiba como é a vida de quem convive com a Dermatite Atópica Grave
Especialista fala sobre os cuidados com a pele, dificuldades para dormir e constrangimento ao praticar atividades físicas, além do impacto psicológico de uma condição visível e ainda mal compreendida
São Paulo, julho de 2024 – A dermatite atópica (DA) pode causar problemas como ansiedade, irritação, baixa autoestima, entre outros, devido aos sintomas e lesões visíveis na pele. Isso ocorre porque é uma doença de pele inflamatória crônica, que tem como principais características a pele seca e coceira intensa, sintomas que, ao se agravarem, podem se tornar lesões inflamatórias e até evoluir para feridas e infecções[i].
Quando a doença se apresenta em sua forma grave, as complicações e as limitações diárias podem ser significativas, impactando profundamente a qualidade de vida do paciente, com uma coceira constante e incontrolável [ii]. Em um estudo realizado com adultos que convivem com a dermatite atópica, há relatos do quanto a vida social desses pacientes é impactada, especialmente devido a preocupações em estar em público durante uma crise. Muitos contam ter sofrido preconceito por conta da doença, além de apresentarem dificuldade em ter relacionamentos e redução no desejo sexual[iii] .
Para entender mais sobre os desafios impostos pela DA, o Dr. Wagner Galvão, Dermatologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Membro da Diretoria Científica da SBD-RESP, fala sobre algumas das principais limitações enfrentadas por adultos com Dermatite Atópica Grave.
Dr. Wagner Galvão
Médico dermatologista especializado em doenças dermatológicas graves e autoimunes, formado pela USP.
“A Dermatite atópica tem um impacto muito grave nos pacientes. Ela têm como marca a coceira intensa com episódios de crise e nos casos graves sem períodos de calmaria. Quando inflamada, a pele fica sensísel a ponto de o banho e o uso de cremes e pomadas pode ser insuportável Considerando que esse é uma das formas de tratamento, a gente entende o uso frequente de tratamentos não indicados que podem gerar catarata, diabetes e obesidade. Visto o desespero e a falta de acesso a opções melhores eles ainda são muito usados gerando consequencias indesejadas.
Alem disso, frequentemente o surgimento da dermatite atópica grave se dá na infância ou adolescência, gerando impacto enorme na família e no desenvolvimento de quem tem esse problema. Se abordada adequadamente podemos evitar essas sequelas e hoje temos tratamentos muito bons e seguros para isso, mesmo a partir de 6 meses de idade.
A rotina de cuidados com a pele para quem tem DA é exaustiva e demanda tempo. A coceira intensa interrompe o sono, afetando o desempenho no trabalho, a concentração e a capacidade de realizar tarefas diárias.
Para aqueles que têm a forma grave da doença, o desafio é ainda maior, já que mesmo com todos esses cuidados geralmente continuam sintomáticos. Para esses casos, o uso de terapias mais avançadas, é fundamental para controlar os sintomas de forma efetiva.”
A vida com Dermatite Atópica Grave é um desafio constante, mas com o tratamento adequado e intensa hidratação da pele, é possível ter qualidade de vida. O tratamento deve ser definido pelo médico, que pode recomendar o uso de medicamentos específicos como corticoides, imunossupressores ou medicamentos biológicos, dependendo da severidade dos sintomas, além de hidratantes i.
Sobre a Dermatite Atópica
A dermatite atópica é uma doença de pele inflamatória crônica, cujas características principais são pele seca e coceira intensa, que se tornam lesões inflamatórias (eczemas) que frequentemente evoluem para feridas e infecções i. Em alguns pacientes, a coceira é constante e incontrolável, sendo um dos fatores responsáveis pela diminuição da qualidade de vida de pacientes e de seus familiares ii.
A doença pode estar associada a um atraso no crescimento e no ganho de peso em crianças, o que pode ser ocasionado por vários fatores, como a inflamação crônica, o comprometimento da qualidade do sono, a restrição alimentar decorrente da investigação de alergias associadas, a coceira incessante e o estresse psicológico iii.
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CONGRESSO DÁ VISIBILIDADE AOS SERVIÇOS CLÍNICOS NAS FARMÁCIAS Mais de 6,5 mil farmácias brasileiras já dispõem de programas de assistência clínica, nos moldes de países como Canadá, Estados Unidos e Reino Unido. Mas apesar da crescente adesão de pacientes e do avanço nas resoluções que regulamentam a atividade, o setor encara desafios culturais, tecnológicos e legais para alavancar a operação. Com base nesse contexto, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) promove a quinta edição do Congresso de Salas Clínicas. Em formato virtual, o evento acontecerá nas tardes de segunda e terça-feira, dias 22 e 23 de julho, entre 14 e 17h. “Conseguimos congregar especialistas e formadores de opinião vinculados a todo o ecossistema de saúde. Essa integração com atores como hospitais e provedores de tecnologia é fundamental para democratizar o acesso à assistência farmacêutica e mudar a realidade de adesão a tratamentos no país”, observa Sergio Mena Barreto, CEO da e
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