Alimentos ultraprocessados e doenças inflamatórias intestinais: uma relação preocupante
Dieta desbalanceada e consumo excessivo de processados podem desenvolver ou piorar quadros das enfermidades, que crescem quase 15% ao ano no Brasil e afetam 5 milhões de pessoas no mundo
Nos últimos anos, tem-se observado um aumento significativo no consumo de alimentos ultraprocessados - que são caracterizados por passarem por diversas etapas de processamento industrial e que contém muitos aditivos, conservantes e ingredientes artificiais. No Brasil, segundo a Universidade de São Paulo, a ingestão dessa categoria aumentou 5,5% nos últimos 10 anos. Além do alto teor de açúcares, gorduras saturadas e sódio, que podem auxiliar no desenvolvimento de diversas enfermidades, esses alimentos estão relacionados ao aumento nos casos das doenças inflamatórias intestinais (DII), que afetam 5 milhões de pessoas no mundo e crescem 15% ao ano no país.
“Entre as doenças inflamatórias intestinais podemos destacar a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Condições crônicas, ambas são caracterizadas por uma inflamação contínua no intestino. Entre os sintomas mais comuns estão a dor abdominal, perda de peso, sangramento retal e diarreia. A principal diferença dessas enfermidades é que a doença de Crohn pode comprometer qualquer parte do tubo digestivo e a retocolite está restrita ao reto e ao intestino grosso”, explica o Dr. Fernando Bray, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Santa Catarina - Paulista. Sem causas exatas, o desenvolvimento das DII pode estar relacionado a fatores genéticos, ambientais e imunológicos.
Pobres em nutrientes como vitaminas, fibras e minerais, os alimentos ultraprocessados contém aditivos alimentares e compostos inflamatórios, como ácidos graxos trans e ácidos graxos ômega-6 em excesso, que podem desencadear ou agravar os sintomas das DII. Ademais, esses alimentos desequilibram a flora intestinal e levam a uma resposta imunológica desregulada do intestino, que facilitam a inflamação crônica.
“Além desses alimentos, nós estamos expostos a outros fatores que podem corroborar com o desenvolvimento dessas doenças como agrotóxicos, metais pesados, plástico e até talco. Algumas dessas substâncias, inclusive, são colocadas junto aos ultraprocessados para aumentar o tempo de armazenamento ou para dar consistência a eles. Outros fatores que também aumentam a possibilidade do desenvolvimento dessa doença são o etilismo, tabagismo, obesidade e o sedentarismo”, afirma o cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Santa Catarina - Paulista
Estudo da Universidade Federal de São Paulo e Universidade de São Paulo, de 2022, estimou que os alimentos ultraprocessados são responsáveis pela morte prematura, dos 30 aos 69 anos, de 57 mil brasileiros. A pesquisa também observou que das 57 mil mortes, cerca de 60% eram de homens.
Alimentação desbalanceada também prejudica as crianças
Não só os adultos estão sofrendo com as consequências da alimentação desbalanceada e rica em alimentos ultraprocessados. Cada vez mais as crianças estão se alimentando de forma incorreta, o que pode gerar o desenvolvimento de doenças, como as DII, de forma mais precoce.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro mostrou em estudo de 2021 que 80% das crianças brasileiras de até 5 anos consomem ultraprocessados com frequência, especialmente biscoitos, farinha e refrigerantes. Ademais, segundo o Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional, em 2022, mais de 340 mil crianças de 5 a 10 anos de idade foram diagnosticadas com obesidade, fator de risco para as DII e outras inúmeras doenças como diabetes e problemas cardiovasculares.
“As doenças inflamatórias intestinais podem acometer crianças, mas na grande maioria dos casos são por fatores genéticos, pois a criança ainda não teve tempo de se expor a um agente ambiental para desenvolver a doença. No entanto, é óbvio que o consumo desses alimentos desde cedo é um fator de risco enorme para elas no futuro. Mas, na infância, o principal responsável pelo desenvolvimento das DII é a genética”, diz o Dr. Fernando Bray.
Tratamento pode envolver infusão de medicamentos e, em alguns casos, cirurgia robótica
O tratamento das DII pode ser feito por meio de medicamentos como imunossupressores e imunobiológicos, mudanças na alimentação e, em casos mais graves, com cirurgia. Casos que não são tratados de maneira correta podem agravar os sintomas e acarretar no desenvolvimento de cânceres como o de intestino, que está afetando as cantoras Simony e Preta Gil e que vitimou os ex-atletas Pelé e Roberto Dinamite.
“Aqui no Hospital Santa Catarina – Paulista, nós temos a possibilidade de realizar a retirada das áreas mais afetadas utilizando a cirurgia robótica, que traz mais precisão, segurança e assertividade na operação. Para o paciente, esses três fatores são extremamente benéficos já que permitem um menor tempo de recuperação e possibilidade de uma qualidade de vida melhor, pois os cortes necessários para tirar a parte mais afetada são menores e menos doloridos. A instituição também conta com um centro de infusão de alta qualidade para aqueles pacientes que optam pelo tratamento medicamentoso”, conclui o Dr. Fernando Bray.
Ainda segundo o médico, as pessoas com ou sem as doenças inflamatórias intestinais precisam estar sempre atentas à alimentação balanceada e saudável. O foco deve ser em alimentos frescos, minimamente processados, ricos em nutrientes. É importante dar atenção especial para legumes, verduras, frutas, proteínas magras e grãos integrais. A alimentação saudável pode ser responsável pela diminuição na probabilidade de desenvolvimento das DII e na melhora dos sintomas para quem já possui as enfermidades. Também é fundamental um acompanhamento com especialista para orientação individualizada e monitoramento adequado das DII.
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