Vacinação da covid corre risco por ausências na 2ª dose
Resultado pode ser afetado se população não comparecer para receber a segunda dose da imunização
O sucesso da campanha de vacinação contra a covid-19 no Brasil pode ser colocado em risco se mais pessoas continuarem a não comparecer para tomar a segunda dose, o que tem ocorrido, segundo especialistas, principalmente pela falta de uma campanha de informação efetiva por parte do governo federal sobre a necessidade da vacina de reforço.
Todos os estudos clínicos que embasaram a aprovação das vacinas usadas no Brasil foram feitos com base em duas doses, e o não cumprimento do ciclo completo pode comprometer o combate à Covid-19 em um país que atualmente é responsável por uma de cada cinco mortes registradas por dia no mundo pela doença, acrescentaram.
Vacina mais utilizada no país contra a covid-19, a CoronaVac, por exemplo, tem eficácia de apenas 16% para evitar uma infecção sintomática em pessoas que receberam apenas uma dose, de acordo com estudo realizado pelo Ministério da Saúde do Chile.
"Se a gente não fizer as duas doses a gente não vai ter nem a proteção completa nem a longo prazo. Precisamos que as pessoas façam o esquema completo para termos não só a proteção do indivíduo, mas também do coletivo", disse à Reuters o médico Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Muitas pessoas podem estar deixando de comparecer para tomar o reforço vacinal simplesmente por não terem conhecimento da importância, por esquecimento --principalmente no caso dos idosos-- ou por terem sofrido algum evento adverso na primeira dose, de acordo com especialistas e autoridades envolvidas no processo de vacinação.
Com a demora do governo federal para adquirir imunizantes e atrasos no processo de produção no país, também houve casos, ainda que isolados, de falta de vacinas e longas filas para aplicação da segunda dose em alguns municípios, afirmaram.
Mais de 1,5 milhão de pessoas deixaram de tomar a segunda dose, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, que reconheceu a gravidade do problema e alertou as pessoas a se vacinarem -- mas ainda não tomou medidas efetivas para solucioná-lo.
"A campanha do ministério é muito ruim", disse Carlos Lula, secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), citando também a dificuldade de locomoção como um possível motivo para o não comparecimento para a segunda dose.
Segundo ele, o ministério tem demonstrado preocupação, mas "objetivamente não lançou nada de concreto" para promover a vacinação da segunda dose.
O Brasil vacinou até o momento 25,7 milhões de pessoas com a primeira dose, o equivalente a 12,2% da população, mas somente 10 milhões tomaram as duas doses, o que representa 4,7% da população, de acordo com dados do ministério atualizados até esta sexta de manhã.
Procurado, o ministério não respondeu a um pedido de comentário sobre por que tantas pessoas não têm comparecido para tomar a segunda dose, mas disse que tem reforçado junto aos representantes dos Estados e municípios a necessidade de adotar estratégias locais de comunicação para conscientizar a população sobre a importância de completar a imunização no prazo recomendado de cada vacina.
"Nós não sabemos se as pessoas tomarem só uma dose qual será realmente a eficácia da vacina, e principalmente como isso vai se comportar na efetividade da vacinação, ou seja, se efetivamente as pessoas estarão protegidas com uma dose e se haverá um impacto importante na diminuição da carga da doença, e principalmente em relação à imunidade de grupo", disse a epidemiologista Carla Domingues, ex-chefe do Programa Nacional de Imunização (PNI).
O estudo no Chile sobre a CoronaVac, que representa mais e 80% de todas as doses aplicadas no Brasil, mostrou que a eficácia contra casos sintomáticos da covid subiu para 67% entre aqueles que tomaram as duas doses, ante os 16% com apenas uma dose. A vacina da AstraZeneca, a única outra em aplicação no país, tem uma eficácia bem maior após a primeira dose, de 76%, duas semanas após a inoculação.
Segundo o Ministério da Saúde, não há falta de vacinas para a aplicação da segunda dose, uma vez que a distribuição foi feita aos Estados com divisão entre doses 1 e 2 e orientação para armazenamento da segunda dose.
A pasta, no entanto, mudou essa orientação no mês passado, autorizando a aplicação de todas as vacinas como primeira dose, afirmando ter garantia de entrega de vacinas pelos fornecedores e num esforço para acelerar o ritmo da campanha de imunização.
De acordo com o ministério, mais de 19 milhões de doses de vacinas já foram repassadas aos Estados, mas ainda não foram aplicadas.
"O Ministério precisa lançar uma campanha constante e massiva para que as pessoas não esqueçam de tomar a segunda dose. A pessoa tem que acordar e ouvir todo dia no rádio, na televisão, que tem que tomar a segunda dose, não pode perder o prazo", disse Cristina Bonorino, integrante do Comitê Científico da Sociedade Brasileira de Imunologia.
Em nota, o ministério prometeu lançar uma campanha nacional para fazer um chamamento à população. "A campanha será veiculada em TV, rádio, internet e outros meios de comunicação em todo Brasil", afirmou.
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