O que falta para a vacina CoronaVac ser distribuída à população em São Paulo
Estudos comprovaram segurança do fármaco desenvolvido na China, diz o governo do Estado
Em meio a uma pandemia que já matou mais de 34 mil pessoas só em São Paulo, o anúncio do governo do Estado de que uma vacina contra o coronavírus se mostrou segura em testes gerou enormes expectativas de quando e como ela estará disponível para a população.
Produzida pela empresa chinesa Sinovac, a vacina CoronaVac será produzida em conjunto no Brasil pelo Instituto Butantan e no momento está sendo testada em voluntários na China.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que a vacina passou com sucesso nos estudos clínicos de segurança - ou seja, a vacina já pode ser considerada segura. Dos mais de 50 mil voluntários, 94,7% não tiveram nenhuma reação adversa, mostram os estudos.
"Os resultados dos estudos clínicos realizados na China mostraram um baixo índice de efeitos adversos e de baixa gravidade. A maioria destes casos (de reações adversas) foi apenas no local da aplicação da vacina", explicou Doria em coletiva de imprensa.
Também participaram da coletiva o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, e o representante da Sinovac na América do Sul, Xing Han.
Os testes de segurança, no entanto, não são os únicos que precisam ser feitos e a vacina ainda precisa passar por diversas etapas antes de poder ser disponibilizada ao público no Brasil. Entenda o que falta e quando isso deve acontecer.
Quais as etapas pelas quais a vacina precisar passar?
Na China, a CoronaVac já obteve autorização para vacinação emergencial enquanto são feitos os estudos. Além disso, a empresa Sinovac está testando o produto em outros 10 países.
No Brasil, 12 centros de pesquisa em cinco estados e no Distrito Federal também testam a Coronavac em estudos que contam com 9 mil voluntários - mais de 5 mil deles já receberam a vacina, mas os resultados dos estudos ainda não saíram.
Os testes de segurança na China mostraram que apenas 5,36% das pessoas tiveram reações adversas - e com pouca gravidade. A maioria das reações teve dor no local da aplicação, fadiga ou febre leve. Algumas pessoas apresentaram perda de apetite, dor de cabeça e febre.
Para que a vacina possa ser disponibilizada no Brasil, além dos testes de segurança, ela precisa passar também pelos estudos de eficácia, ou seja, que comprovam se ela consegue de fato inibir a contaminação pelo coronavírus.
Resultados preliminares das pesquisas feitas na China foram considerados animadores, mas a conclusão desses estudos deve sair só em novembro.
A segurança e eficácia são dois dos principais fatores para comprovar se uma vacina está pronta para uso emergencial na população. Estamos muito otimistas com os resultados que a CoronaVac apresentou até o momento", enfatizou Dimas Covas, do Instituto Butantã.
Se os resultados dos testes de eficácia forem satisfatórios, a vacina vai então para a próxima fase necessária para que seja distribuída no Brasil: passar por uma aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que possa ser disponibilizada para o público no Brasil.
O processo de aprovação na vigilância sanitária normalmente é demorado, mas o governo do Estado de São Paulo fez um pedido de aprovação de emergência e espera que o processo seja rápido.
Quando a vacina estará disponível para o público?
O governo de São Paulo diz que até dezembro terá um estoque de 6 milhões de doses importadas da China prontas e outros 40 milhões produzidos pelo Instituto Butantan, o suficiente para imunizar toda a população do Estado.
Se a vacina tiver resultados positivos nos testes de segurança e já tiver obtido a aprovação da Anvisa, poderá começar a ser distribuída para a população. A expectativa do governo é que a campanha de vacinação em São Paulo comece até fevereiro de 2021. Caso o cronograma corra conforme o esperado, os profissionais de saúde devem ser os primeiros a serem vacinados.
O governo anunciou também que o Instituto Butantan vai começar em outubro a construir uma nova fábrica para produzir o imunizante, com capacidade para criação de 100 milhões de doses por ano. O Estado também tem contrato para receber um total de 55 milhões de doses produzidas pela Sinovac até 2021.
Mas a distribuição para o resto do Brasil depende de acordos de São Paulo com outros Estados ou um possível acordo com o governo federal — que pode ser complicado por questões políticas, já que Doria é visto como possível concorrente contra o presidente Jair Bolsonaro em 2022 e o sucesso de uma campanha de vacinação iniciada em SP seria uma grande vitória para o tucano.
Bolsonaro também já criticou a vacina chinesa, país com o qual o governo já teve diversos problemas diplomáticos.
Em seu pronunciamento, Doria afirmou que "aqui não se discute origem a origem da vacina". "Não estamos em uma corrida pela vacina, mas pela vida", disse o governador.
Como funciona a vacina CoronaVac?
Há diversas vacinas contra o Sars-Cov-2 sendo produzidas no mundo — cerca de 130, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Cerca de 10 delas, incluindo a CoronaVac, estão em fases adiantadas de testes.
A Sinovac Biotech é uma empresa privada com sede em Pequim que possui experiência na produção de vacinas contra febre aftosa, hepatite e gripe aviária.
A empresa conseguiu logo cedo na pandemia criar uma vacina que impediu o contágio de macaco-rhesus com covid-19. Depois de diversos testes, a empresa começou os testes em humanos em abril.
A vacina da Sinovac usa um dos métodos mais comprovados para produção desse tipo de imunizante, que é o uso do vírus desativado (morto). Ele se torna incapaz de infectar de fato a pessoa que recebe a vacina, mas produz uma resposta imunológica no corpo, que "aprende" quais anticorpos precisa produzir para combater o vírus. Assim, caso entre em contato com um vírus ativo posteriormente, o corpo já está preparado para combatê-lo.
Os testes de eficácia pelos quais a CoronaVac estão passando são justamente para verificar se a resposta imunológica produzida por ela é forte o suficiente para evitar a contaminação.
"Isso é um jeito antigo [de criar vacinas] mas pode dar certo. O que eu mais gostei é que muitos produtores de vacina, até em países de baixa e média renda, conseguiriam produzir uma vacina assim", disse Florian Krammer, virologista da Icahn School of Medicine, de Nova York, para a revista Science.
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